terça-feira, 15 de abril de 2008




texto retirado do liv "O Banquete do Cordeiro" de Scott Hajn (Editora Loyola)

“O QUE DESCOBRI QUANDO FUI À MISSA PELA PRIMEIRA VEZ”

Ali estava eu, incógnito, um ministro protestante à paisana, sentado no fundo de uma capela para participar pela primeira vez da Missa. A curiosidade me arrastara até lá e eu ainda não tinha certeza de que fosse uma curiosidade saudável.

Sentei-me na obscuridade, em um banco bem no fundo da capela, à minha frente havia um número considerável de pessoas, de todas as idades.

De repente um sino tocou, todos se levantaram quando o padre surgiu de uma porta ao lado do altar. Permaneci sentado, imagina que eu iria fazer reverencia a um padre me levantando.

Durante anos como calvinista evangélico, fui instruído para acreditar que a missa era o maior sacrilégio que alguém poderia cometer. Tinha aprendido que a missa era um ritual com o propósito de “sacrificar Jesus outra vez”. Por isso eu seria um espectador, ficaria sentado, com a minha Bíblia aberta em colo etc...

À medida que a Missa prosseguia, alguma coisa me tocou. Uma leitura de Isaías, um salmo, uma leitura das Cartas de S.Paulo, agora um trecho dos evangelhos. A experiência era prodigiosa. Eu queria interromper tudo e gritar: “Ei! Posso explicar o que está acontecendo a partir das escrituras? Isso que estou ouvindo aqui entre os católicos é maravilhoso!”

Não obstante, mantive minha posição de espectador... Até que ouvi o padre dizer: “Isto é o meu corpo...Este é o cálice do meu sangue...”

Então senti todas as minhas duvidas se esvaírem. Quando vi o sacerdote elevar aquela hóstia branca, percebi que uma prece subia do meu coração em um sussurro: “MEU SENHOR E MEU DEUS. SOIS REALMENTE VÓS!”

À partir daquele ponto da missa, fiquei, por assim dizer tolhido. Não imaginava uma emoção maior que aquelas palavras provocaram em mim. Porém a experiência intensificou-se um momento depois, quando ouvi a congregação repetir: Santo, Santo, Santo...

Meu Deus, eu que estudara o apocalipse durante 20 anos, entendia muito bem o que estava acontecendo ali... o céu baixava-se naquele local para celebrar com os católicos!!!

Mais aturdido fiquei ainda, quando ouvi toda a assembléia dizer: Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo..., e o sacerdote responder: “EIS, O CORDEIRO DE DEUS AQUELE QUE TIRA O PECADO DO MUNDO...”

Em menos de um minuto a frase: “CORDEIRO DE DEUS...” ressoou quatro vezes. Graças aos longos anos de estudos bíblicos, percebi imediatamente onde eu estava. Estava no livro do apocalipse, no qual Jesus é chamado Cordeiro. Estava na festa de núpcias que João descreve no apocalipse. Estava diante do trono do céu, onde Jesus é saudado para sempre como cordeiro. Entretanto, eu não estava preparado para isso – EU ESTAVA NA MISSA.

Voltei a missa no dia seguinte e no outro dia e no outro. Cada vez que voltava, eu descobria mais passagens das Escrituras consumadas diante de meus olhos.

Mergulhei com vigor renovado em meu estudo do cristianismo antigo e descobri que os primeiros padres, bispos da Igreja haviam feito a mesma descoberta que eu fazia a cada manhã. Eles consideravam o livro do apocalipse a chave da liturgia. Alguma coisa intensa aconteceu com o estudioso e crente que eu era. ALÉM DISSO, A MISSA QUE EU ACHAVA A MAIOR DAS BLASFÊMIAS, agora se revelava no acontecimento que ratificou a aliança com Deus: “Este é o cálice do meu Sangue...”

Eu estava aturdido com a novidade de tudo aquilo. Em meio a crianças chorando e correndo dentro da igreja pra cá e acolá. Em meio um coral destoado nas vozes. Em meio a mulheres vestidas como se fossem para praia, o céu se une com os católicos para celebrarem o Banquete do Cordeiro.

Depois de duas semanas de comparecimento diário à missa, eu me via querendo levantar durante a liturgia e dizer: “Ei pessoal. Quero lhes mostrar onde vocês estão no livro do Apocalipse! Consultem o capitulo 4, versículo 8; agora mesmo vocês verão que estão no céu.”

Verdadeiramente, me converti a Igreja Católica e, descobri que os Padres é que descobriram toda essa riqueza e não eu.

Descobri que o Concílio Vaticano II tinha me passado para trás. “Na liturgia terrena antegozando, participamos da liturgia celeste, que se celebra na cidade santa de Jerusalém, para a qual, peregrinos, nos encaminhamos. Lá, Cristo está sentado à direita do Pai, ministro do santuário e do tabernáculo verdadeiro; com toda a milícia do exercito celestial entoamos um hino de glória ao Senhor, e venerando a memória dos Santos, esperamos fazer parte da sociedade deles; suspiramos pelo Salvador, Nosso Senhor Jesus Cristo, até que Ele, nossa vida, se manifeste, e nós apareçamos com Ele na glória”.





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